O presidente do Sindicado dos Servidores Municipais de Mococa foi afastado do cargo pela Justiça por suspeita de irregularidades. Ele é acusado de repassar um valor menor do que o previsto em um processo trabalhista. Além disso, teria prorrogado o próprio mandato sem a realização de uma assembléia.
A denúncia foi feita pelo guarda municipal Benedito Anastácio de Brito. Em 1995, ele e outros 100 funcionários públicos entraram na Justiça exigindo o pagamento de horas-extras e ganharam a ação. Mas, com o atraso das parcelas, os trabalhadores tiveram direito a receber a multa e os juros, que no total chegavam a R$ 300 mil.
Uma planilha do sindicato mostra que desse valor, Jesuel Cristino, que na época era o presidente repassou aos servidores apenas R$ 100 mil. “Me deram um envelope com dinheiro. Eu vi que recebi valores a menos do que deveria receber”, disse Brito.
Ele foi afastado pela Justiça, que indicou o advogado Marcelo Tadeu Netto para intervir na entidade. “Foi constatado o pagamento de apenas 1/3 do que deveria ter sido repassado aos que ingressaram com a ação na Justiça do trabalho”, explicou o advogado.
Cristino explicou a sua versão. “Foram feitos vários pagamentos com esse dinheiro. No último pagamento o advogado deixou para ele tirar as porcentagens de honorários”, disse.
O advogado do sindicato na época, Tadeu de Carvalho, confirmou o recebimento dos honorários. “Os servidores e os acusadores não estão se lembrando que esse não foi o único pagamento. Então eu não iria cobrar honorários somente desta parcela e sim desde o início do processo em 1995”, afirmou.
OUTRA IRREGULARIDADE
Na ação civil, que está na Justiça, consta que em dezembro de 2008, o então presidente teria organizado uma festa de fim de ano e pedido aos participantes que assinassem uma lista de presença. Com o documento, ele teria alterado o estatuto do sindicato e prorrogado o próprio mandato de três para cinco anos. “Foi irregular, porque não foi feita uma assembléia, onde os associados votaram essa alteração”, destacou o advogado Netto.
Cristino se defendeu das acusações e disse que a assembléia foi realizada. “Todo mundo estava lá e participou. A documentação está toda no processo e as exigências do Ministério do Trabalho não estão fora do normal. Está tudo certo”, disse.
Uma eleição está prevista para março para a escolha de um novo presidente para o sindicato dos servidores municipais de Mococa.
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Fonte: http://www.diariodemococa.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=1725
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